Todos os assuntos em que pensamos e temos opiniões formadas ou não, todas aquelas coisas nas quais acreditamos ou não, todos os conhecimentos adquiridos nos foram ensinados ou impostos. Essa lição eu já sei. Aprendi direitinho. As poucas coisas que fogem desta máxima são frutos exclusivos de caráter, personalidade ou histórico de vida. Felizmente a maturidade nos transforma e faz, quando é o caso, mudarmos convicções.
Sozinho eu aprendi algumas coisas que trago desde a mais tenra idade. Duas delas pautaram meu comportamento ao longo desses vários anos. Hoje, entristecido, começo a rever certas certezas.
Aprendi a confiar na amizade e respeitar o talento ou, talvez aqui a ordem dos fatores altere significativamente o produto, confiar no talento e respeitar a amizade.
Sobre amizade eu vou falar numa postagem posterior. O tema hoje é talento.
Sempre acreditei que a palavra talento significasse muito mais que a definição do AURÉLIO. Talento, para mim, sempre foi a capacidade de transformação, de criação, de improvisação e de beleza. É! Beleza! Associei, a vida inteira, essa palavra com poesia. Poesia no sentido de vida, de sensibilidade, de paixão. Lirismo lúdico.
Mas, que decepção! Talento pode, (que inferno), estar relacionado à atividades e ações muito menos nobres. Descobri isso às duras penas. E como dói! Escolhi, há uma década, atuar no mundo da cultura, do entretenimento, apostando no talento. Hoje, nem sei se, de fato, possuo algum talento como roteirista, escritor, dramaturgo, produtor ou diretor. Mas, não é nem de mim e das decepções, intercaladas com algumas vitórias, que venho acumulando, que quero falar. Tenho visto, acompanhado e participado da luta de muitos artistas com fabuloso talento (artes cênicas e musicais) e que como eu vivem patinando. Logo uma pergunta se obriga: Para que serve tanto talento? De que adianta estudar, durante anos, um instrumento? Tocar e cantar com virtuosismo? De que adianta o empenho, a luta e a capacidade de um ator para interpretar, lindamente, outras vidas? O que fazer com tudo isso se o talento necessário, o talento que importa é o dinheiro é o conhecimento ou a capacidade de articulação? Vejo, com angústia, que a maioria das decisões de quem vai vingar ou não vai, não está relacionada apenas ao talento. Uma realidade triste, incômoda. Aposto, sem medo de perder, que cada pessoa que ler esse texto lembrará, na hora, que conhece um ator, escritor, músico, compositor, cantor, humorista, diretor ou um artista de outro segmento, desconhecido do grande público e muito mais completo do que vários dos que surgem, do nada, todos os dias. O que mais se tem visto é música de qualidade (no mínimo) discutível e atores com notoriedade apenas porque são bonitos, famosos em outras áreas ou rebolam bem. Celebridades de cera. Claro! Há uma minoria realmente talentosa que, felizmente, consegue destaque. Mas será que, mesmo esses, não tiveram ajuda dos outros talentos?
Vou continuar, enquanto forças eu tiver, lutando para que os melhores ARTISTAS consigam alguma visibilidade. E que eu possa, algum dia, se talento possuir, estar entre eles. Que tenham oportunidades reais de encantar através da sua arte e talento.
TALENTO: QUAL MESMO É A SERVENTIA?
terça-feira, 24 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
LEVIANO EU SOU
Eu havia prometido a mim mesmo jamais utilizar esse espaço para falar de uma de minhas paixões: o futebol. Futebol que, como todas as paixões o fazem, mudou o rumo de minha trajetória.
Fiz essa promessa por duas razões muito simples. A primeira é que não queria correr o risco, desnecessário, de tornar temática essa tribuna, embora ela continue sendo, pois fala dos meus incômodos. A segunda é porque sei que quando se fala de paixões, a tendência de sermos parciais é muito grande e eu quero tentar fugir disso.
Como eu sou leviano!!!! Já na terceira postagem, me pego aqui, cheio de desculpas esfarrapadas, falando de futebol. Mas, se o blog é para falar de incômodos, ora bolas, porque evitar a abordagem de um assunto que, faz tempo, me irrita?
E a imprensa me irrita. Falo da imprensa em geral (sem esquecer a minha formação) e da imprensa esportiva especificamente (excluindo raras exceções).
Eles entram em nossa casa, com nossa anuência e chegam ditando regras de comportamento, analisando impiedosamente uns e outros, pousando de bons samaritanos, exigindo diferenças nas atitudes públicas e privadas, passando sermões como se estivessem, todos eles, acima do bem e do mal. Será?
Começo a acreditar que não importa o que façam em suas vidas particulares, desde que vendam a imagem de perfeitos.
Eu, particularmente, penso diferente. Defendo a transparência sempre e não espero a perfeição de ninguém. Sei que todos nós já erramos e que continuaremos a cometer erros em algumas situações.
Hesito em utilizar a expressão hipócritas, mas assumo que ela me é tentadora, assim como tentador seria poder nominar profissionais em quem, na minha modesta opinião, a expressão, no singular, caberia muito bem.
Numa época, porém, em que expressar-se vale processos, prefiro proteger-me, sem, entretanto, deixar de manifestar alguns pensamentos.
Essa atitude não é, claro, megalomaníaca. Sei que meu blog não é lido por quase ninguém e tenho noção exata de que praticamente inexisto numa selva repleta de “feras”, mas todo o cuidado é pouco, mesmo.
Um erro do árbitro Carlos Eugênio Simon no jogo de domingo passado (08.11.09) no Maracanã entre o Fluminense e o “meu” Palmeiras e os fatos que se seguiram em função desse erro, reacenderam em mim o desejo de abordar o tema e espinafrar a mídia esportiva. Tanta besteira que vi e ouvi me levaram à indignação, quase à revolta.
Não acredito, sinceramente, que o referido árbitro tenha agido de má fé, seja vendido ou coisa que o valha, como disse o Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, o Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo e como jamais disseram meus coleguinhas da imprensa esportiva.
O que me incomoda, de verdade, é a postura de boa parte dos analistas, igualando o Sr. Belluzzo a outros dirigentes que andaram e ainda andam por aí.
Não vai aqui, acreditem, nenhum fanatismo. Erros como o do Sr. Simon acontecem sempre, beneficiando e prejudicando todos os clubes. Concordo com a tese que o Palmeiras nem tem jogado um bom futebol e que merecia até perder. Mas tendo a concordar que um erro como o que cometeu o Sr. Simon, no momento do jogo e do campeonato pode levar um homem digno, à explosão. Ou os jornalistas preferem os dirigentes dissimulados, arrogantes, prepotentes, manipuladores que dominam esse esporte apaixonante?
Tento entender que eles, como formadores de opinião que se julgam e que são, optem pelo politicamente correto. Mas o que me intriga, incomoda e irrita é ver esses mesmos jornalistas perderem a classe quando contestados.
O Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo é um cidadão integro, respeitado mundo afora e diferenciado, mas um ser humano apaixonado e indignado e têm o direito até de cometer pequenos erros. Erros muito menores do que o daqueles que o igualam aos demais dirigentes do meio.
Permito-me citar um único nome, que foi a opinião mais lúcida que ouvi. Um jornalista a quem respeito, mas de quem divirjo muitas vezes: Juca Kfouri que, mesmo tendencioso, às vezes, olha antes o currículo e depois o ato da pessoa. Dessa vez concordo com o Juca.
Prometo nunca mais usar o INCÔMODOS para falar de futebol. MAS, LEVIANO EU SOU.
Fiz essa promessa por duas razões muito simples. A primeira é que não queria correr o risco, desnecessário, de tornar temática essa tribuna, embora ela continue sendo, pois fala dos meus incômodos. A segunda é porque sei que quando se fala de paixões, a tendência de sermos parciais é muito grande e eu quero tentar fugir disso.
Como eu sou leviano!!!! Já na terceira postagem, me pego aqui, cheio de desculpas esfarrapadas, falando de futebol. Mas, se o blog é para falar de incômodos, ora bolas, porque evitar a abordagem de um assunto que, faz tempo, me irrita?
E a imprensa me irrita. Falo da imprensa em geral (sem esquecer a minha formação) e da imprensa esportiva especificamente (excluindo raras exceções).
Eles entram em nossa casa, com nossa anuência e chegam ditando regras de comportamento, analisando impiedosamente uns e outros, pousando de bons samaritanos, exigindo diferenças nas atitudes públicas e privadas, passando sermões como se estivessem, todos eles, acima do bem e do mal. Será?
Começo a acreditar que não importa o que façam em suas vidas particulares, desde que vendam a imagem de perfeitos.
Eu, particularmente, penso diferente. Defendo a transparência sempre e não espero a perfeição de ninguém. Sei que todos nós já erramos e que continuaremos a cometer erros em algumas situações.
Hesito em utilizar a expressão hipócritas, mas assumo que ela me é tentadora, assim como tentador seria poder nominar profissionais em quem, na minha modesta opinião, a expressão, no singular, caberia muito bem.
Numa época, porém, em que expressar-se vale processos, prefiro proteger-me, sem, entretanto, deixar de manifestar alguns pensamentos.
Essa atitude não é, claro, megalomaníaca. Sei que meu blog não é lido por quase ninguém e tenho noção exata de que praticamente inexisto numa selva repleta de “feras”, mas todo o cuidado é pouco, mesmo.
Um erro do árbitro Carlos Eugênio Simon no jogo de domingo passado (08.11.09) no Maracanã entre o Fluminense e o “meu” Palmeiras e os fatos que se seguiram em função desse erro, reacenderam em mim o desejo de abordar o tema e espinafrar a mídia esportiva. Tanta besteira que vi e ouvi me levaram à indignação, quase à revolta.
Não acredito, sinceramente, que o referido árbitro tenha agido de má fé, seja vendido ou coisa que o valha, como disse o Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, o Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo e como jamais disseram meus coleguinhas da imprensa esportiva.
O que me incomoda, de verdade, é a postura de boa parte dos analistas, igualando o Sr. Belluzzo a outros dirigentes que andaram e ainda andam por aí.
Não vai aqui, acreditem, nenhum fanatismo. Erros como o do Sr. Simon acontecem sempre, beneficiando e prejudicando todos os clubes. Concordo com a tese que o Palmeiras nem tem jogado um bom futebol e que merecia até perder. Mas tendo a concordar que um erro como o que cometeu o Sr. Simon, no momento do jogo e do campeonato pode levar um homem digno, à explosão. Ou os jornalistas preferem os dirigentes dissimulados, arrogantes, prepotentes, manipuladores que dominam esse esporte apaixonante?
Tento entender que eles, como formadores de opinião que se julgam e que são, optem pelo politicamente correto. Mas o que me intriga, incomoda e irrita é ver esses mesmos jornalistas perderem a classe quando contestados.
O Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo é um cidadão integro, respeitado mundo afora e diferenciado, mas um ser humano apaixonado e indignado e têm o direito até de cometer pequenos erros. Erros muito menores do que o daqueles que o igualam aos demais dirigentes do meio.
Permito-me citar um único nome, que foi a opinião mais lúcida que ouvi. Um jornalista a quem respeito, mas de quem divirjo muitas vezes: Juca Kfouri que, mesmo tendencioso, às vezes, olha antes o currículo e depois o ato da pessoa. Dessa vez concordo com o Juca.
Prometo nunca mais usar o INCÔMODOS para falar de futebol. MAS, LEVIANO EU SOU.
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