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terça-feira, 24 de novembro de 2009

TALENTO: QUAL MESMO A SERVENTIA?

Todos os assuntos em que pensamos e temos opiniões formadas ou não, todas aquelas coisas nas quais acreditamos ou não, todos os conhecimentos adquiridos nos foram ensinados ou impostos. Essa lição eu já sei. Aprendi direitinho. As poucas coisas que fogem desta máxima são frutos exclusivos de caráter, personalidade ou histórico de vida. Felizmente a maturidade nos transforma e faz, quando é o caso, mudarmos convicções.
Sozinho eu aprendi algumas coisas que trago desde a mais tenra idade. Duas delas pautaram meu comportamento ao longo desses vários anos. Hoje, entristecido, começo a rever certas certezas.
Aprendi a confiar na amizade e respeitar o talento ou, talvez aqui a ordem dos fatores altere significativamente o produto, confiar no talento e respeitar a amizade.
Sobre amizade eu vou falar numa postagem posterior. O tema hoje é talento.
Sempre acreditei que a palavra talento significasse muito mais que a definição do AURÉLIO. Talento, para mim, sempre foi a capacidade de transformação, de criação, de improvisação e de beleza. É! Beleza! Associei, a vida inteira, essa palavra com poesia. Poesia no sentido de vida, de sensibilidade, de paixão. Lirismo lúdico.
Mas, que decepção! Talento pode, (que inferno), estar relacionado à atividades e ações muito menos nobres. Descobri isso às duras penas. E como dói! Escolhi, há uma década, atuar no mundo da cultura, do entretenimento, apostando no talento. Hoje, nem sei se, de fato, possuo algum talento como roteirista, escritor, dramaturgo, produtor ou diretor. Mas, não é nem de mim e das decepções, intercaladas com algumas vitórias, que venho acumulando, que quero falar. Tenho visto, acompanhado e participado da luta de muitos artistas com fabuloso talento (artes cênicas e musicais) e que como eu vivem patinando. Logo uma pergunta se obriga: Para que serve tanto talento? De que adianta estudar, durante anos, um instrumento? Tocar e cantar com virtuosismo? De que adianta o empenho, a luta e a capacidade de um ator para interpretar, lindamente, outras vidas? O que fazer com tudo isso se o talento necessário, o talento que importa é o dinheiro é o conhecimento ou a capacidade de articulação? Vejo, com angústia, que a maioria das decisões de quem vai vingar ou não vai, não está relacionada apenas ao talento. Uma realidade triste, incômoda. Aposto, sem medo de perder, que cada pessoa que ler esse texto lembrará, na hora, que conhece um ator, escritor, músico, compositor, cantor, humorista, diretor ou um artista de outro segmento, desconhecido do grande público e muito mais completo do que vários dos que surgem, do nada, todos os dias. O que mais se tem visto é música de qualidade (no mínimo) discutível e atores com notoriedade apenas porque são bonitos, famosos em outras áreas ou rebolam bem. Celebridades de cera. Claro! Há uma minoria realmente talentosa que, felizmente, consegue destaque. Mas será que, mesmo esses, não tiveram ajuda dos outros talentos?
Vou continuar, enquanto forças eu tiver, lutando para que os melhores ARTISTAS consigam alguma visibilidade. E que eu possa, algum dia, se talento possuir, estar entre eles. Que tenham oportunidades reais de encantar através da sua arte e talento.
TALENTO: QUAL MESMO É A SERVENTIA?

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